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Silvicultura clonal em Eucalyptus

Silvicultura clonal em Eucalyptus

A propagação clonal pode ser definida como aquela em que a meta principal constitui-se em reproduzir indivíduos geneticamente idênticos,a partir de uma fonte de material vegetativo de uma planta selecionada. O processo biológico é conhecido como clonagem e a população de plantas resultantes da planta clonada é chamada de clone.

As principais características e vantagens do uso do clone na área florestal são:a) semelhança entre as plantas provenientes de uma mesma planta clonada, resultando em plantios com grande uniformidade em relação às características silviculturais e tecnológicas; b) possibilidade de obtenção de clones com boa adaptação às adversidades ambientais, permitindo contornar problemas de doenças e situações de ambientes inadequados ao plantio com material genético a partir da propagação sexuada (semente), e; c) incremento na produção das florestas clonais, viabilizando custos acessíveis e competitivos às empresas. Por essas razões, a utilização de clones vem sendo cada vez mais adotado nas empresas florestais, tornando-se estratégica no desenvolvimento da produção florestal no Brasil.

A “silvicultura clonal” compreende todo o processo de formação de uma floresta clonal, incluindo a seleção da árvore superior, a multiplicação vegetativa, a avaliação de árvores selecionadas em teste clonal, a produção de mudas e o estabelecimento da floresta clonal.

Nas regiões tropicais e subtropicais, o Eucalyptus tem-se constituido como um dos gêneros mais explorados e tem merecido atenção na silvicultura clonal, devido aos atuais avanços obtidos na pesquisa e, de certa forma, pela facilidade na propagação vegetativa, além da característica de serem plantas consideradas de rápido crescimento.
No Brasil, relatos apontam que as plantações clonais com Eucalyptus deslancharam-se a partir da década de 70, a partir do desenvolvimento da técnica de estaquia em escala operacional, motivada pelos seguintes pontos: a) uniformidade dos plantios, possibilitando maior controle sobre a qualidade dos produtos; b) aproveitamento de combinações genéticas raras, tais como híbridos de Eucalyptus grandis X E. urophylla); c) maximização do ganho em produtividade silvicultural e de qualidade tecnológica da madeira em uma única geração de seleção; d) possibilidade de contornar problemas de doenças, como “cancro” (Cryphonectia cubensis); e) possibilidades de duas, três e até quatro rotações economicamente viáveis; f) custo acessível e competitivo às empresas; g) experiências já comprovadas na silvicultura convencional, e; h) opções de técnicas de propagação vegetativa em grande desenvolvimento nas diversas áreas da ciência.

Princípios da Silvicultura Clonal
Para maior compreensão da silvicultura clonal, torna-se imprescindível o entendimento dos princípios específicos da biologia e dos conceitos de multiplicação das plantas. Para as plantas superiores, de forma geral, a propagação pode ocorrer através duas diferentes formas: a) A forma sexual caracteriza-se por ter a semente como elemento de propagação, acarretando variação genética entre as plantas descendentes. b) A forma assexuada, também denominada propagação vegetativa, não envolve recombinação genética, permitindo a reprodução fiel do genótipo de uma planta.

Estaquia em Eucalyptus
A propagação clonal em Eucalyptus por estaquia constitui-se no enraizamento de estacas caulinares (segmentos de 6-10cm de tamanho) confeccionadas a partir de brotações provenientes de cepas de árvore selecionada, banco clonal ou jardim clonal.

No estabelecimento de áreas de multiplicação vegetativa, o uso de jardim clonal tem sido a forma mais aplicada, permitindo um manejo intensivo e ajustado para obtenção de brotações, destinado ao êxito do enraizamento das estacas (Figura 1A). A frequência das coletas no jardim clonal varia, em média, de 15 a 45 dias, a qual é função da espécie, clone, ambiente e da metodologia de coleta (poda drástica ou seletiva).

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